Panorama: 2013

terça-feira, 18 de junho de 2013

Terra da Rave
As raves crescem em ritmo acelerado.
Foto: Gustavo Simão

Rave é um tipo de festa que acontece de preferencia longe das zonas urbanos, é comum ver esse tipo de eventos em sítios e chácaras. Com muita música eletrônica as festa chega a durar 24 horas, onde DJs e artistas se revezam interagindo com o publico. Alguns afirmam que o termo “Rave” surgiu em Londres na década de 60. O Estilo de música tocada vaira entre House, Electro, Techno, Minimal, Psy Trance.

Hoje também existem as "Privates" ,que nada mais é, do que uma festa privada, onde a maioria das pessoas são convidadas, tambem realizadas em sítios, chácaras ou lugares ao ar livre.
Depois de São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e outras cidades, um dos maiores eventos de música eletrônica do país visitou Fortaleza, a Playground Music Festival, aconteceu no haras Santana no Eusébio e reuniu os principais nomes da e-music mundial, a festa tem como diferencial um parque de diversões dentro do evento.
Uma combinação de rave com parque de diversões itinerante, a Playground começou em 2006 e durante as últimas edições reuniu mais de 80 mil pessoas. As festas são destinadas a jovens de classe média o ingressos custam de R$ 40 a pista a 120 o camarote.
Foto: Gustavo Simão
Grandes nomes da cena internacional como Skazi, Astrix, FW Eletronic, Growling Machines, Capitain Hook e Pixel levaram o publico ao êxtase. A cena local foi representada pelos DJs Diego Grecchi, Pablo RST e Trindade. Os representantes cearenses não deixaram ninguém parado nem na fila dos brinquedos. Com duração de 16 horas, o público teve bastante tempo para curtir, dançar, brincar e se divertir no parque de diversões.

Uma das atrações da Playground Music Festival foi DJ Diego Grecchi, um paulista que fez de Fortaleza sua segunda casa,Diego alem de tocar também é produtor das raves The Private, A Ilha e Pandora. Grecchi é um dos maiores nomes do cenário local e apresentou um setlist vibrante no evento, “Gosto de ver a pista ferver na hora da minha apresentação” afirma o DJ.

A Playground Music Festival foi um divisor de águas no cenário da música eletrônica cearense. Além do parque de diversões a festa contou com uma mega estrutura e vária atrações internacionais. “Sem dúvida foi o maior evento de música eletrônica que já rolou aqui em Fortaleza” afirma o Dj paulista erradicado na terra do forró.

O cenário da música eletrônica no Ceará deve se tornar parada obrigatória das grandes atrações internacionais . Para Grecchi o crescimento da cena acontece devido a um aumento do público “Esses eventos estão trazendo muita gente nova e com isso a música eletrônica no Ceará ganha novos adeptos”.

Tráfico
Diversão e droga também marcaram presença na Playground Music Festival. Pedro Henrique, 23 anos, anda em raves há três, o universitário afirma que “Sem a “bala” ou  o “doce” não tem como entrar na vibe”.. O cliente pede o que deseja e o traficante retira do bolso, um recipiente cheio de comprimidos, pega o dinheiro e entrega o “doce” ao cliente. Um comprimido chega a custar R$ 50 em determinadas épocas do ano devido das aprensões. “Basta chegar no cara que vende e pedir a bala ou o doce ele entrega a droga, pega o dinheiro e vai embora” conta Pedro, Estudante do quarto semestre de Direito. O tráfico de drogas nas raves não é segredo pra ninguém. O negócio lucrativo é financiado por jovens, inclusive menores de idade.

Ao tomar um comprimido de LSD ou de Ecstasy  é possível sentir o resultado em minutos, euforia, alucinações, movimentos incontroláveis são alguns dos efeitos possíveis de sentir após ingerir a droga sintética. “É irado, a gente não consegue parar de se mexer, tudo fica mais intenso é uma experiência muito louca, só tomando para saber como é, não tem como eu te explicar. Diz Pedro.

A maioria das festas as pessoas carregam garrafas de água e pirulitos, já que o ecstasy causa muita sede e o pirulito evita que usuário morda a própria língua. Os produtos chegam a custar R$ 5 e R$ 1 respectivamente.
Quando perguntada sobreo o trafico no interior da festa a organização da Playground, por meio da assessoria, publicou que a festa é diferente das festas que acontecem em sítios ou galpões, longe dos centros urbanos, com música eletrônica e duração acima de 12 horas. A Playground se compara com os eventos realizados no Playcenter e Hopi Hari, com shows de DJs e parque de diversões, juntos, e com tempo de duração determinado, informou em nota. Segundo a assessoria, havia 100 seguranças distribuídos pelo evento.

Menores
Embora a festas sejam proibidas para menores de 16 anos, encontrar adolescentes abaixo da faixa etária é comum. Nas chamadas PVT (privadas), restritas a um círculo no máximo 300 amigos, o uso de drogas é ainda maior. “é fácil encontrar jovens de 15 anos que já usam “doce” , tem cara que toma até 5 comprimidos de ecstasy durante uma festa de 12 horas. isso pra mim é loucura”. Afirma Pedro Henrique.

Facebook
A principal divulgação das raves é no Facebook. São nessas páginas que o publico se informa e combina grande parte das raves. O público é selecionado previamente, por meio de grupos nas redes sociais. O lucro dos organizadores vem da venda de água mineral, das bebidas alcoólicas e, principalmente das drogas. “Não tem uma rave que não tenha droga, diz a universitária próxima a Pedro Henrique, que prefere não se identificar”.

Por Felipe Santiago

quarta-feira, 5 de junho de 2013


Experience Day 2013 
Felipe Santiago


Com muito bom humor Max Gehringer fala sobre o mercado de trabalho


A Fanor recebeu no último dia 30, a palestra exclusiva do administrador e escritor Max Gehringer, eleito um dos 30 executivos mais cobiçados do Brasil em 1999 pelo jornal Gazeta Mercantil; foi Presidente da Pepsi-Cola Engarrafadora, Presidente da Pullman/Santista Alimentos, Diretor da Elma Chips e Diretor da PepsiCo Foods nos Estados Unidos, Autor de vários livros, dentre eles o livro "Comédia Corporativa", foi colunista das  revistas Você S.A, Exame e Época, ficou conhecido pelo grande público após apresentar um quadro sobre emprego no programa Fantástico, da TV Globo.

Max iniciou a palestra com muito bom humor explicando a origem do seu sobrenome herdado do pai, um suíço que veio morar no Brasil. Contou suas experiências, falou sobre o início da carreira como oficce-boy na Cica, da importância do marketing pessoal nos dias de hoje, sobre os desafios encarados durante a carreira e como atingiu o sucesso profissional.
O convidado abordou o tema “Prática VS Conhecimento”, segundo ele para o mercado de trabalho, o diploma sem o conhecimento vale mais que o conhecimento sem o diploma.

Explicou que as faculdades atualmente não formam profissionais completos para o mercado de trabalho; na maioria da vezes formam apenas técnicos e esquecem de ensinar como lidar com as emoções. “Na faculdade você não aprende como deve se comportar quando levar uma bronca do seu chefe sem ter culpa” afirmou ele. Este foi um dos motivos que o levou a dividir suas experiências através das palestras.

O Administrador também comentou sobre o sucesso das mulheres no mundo corporativo. Para ele as mulheres trouxeram mais eficiência para as empresas. “Se você estiver sentado do lado de uma mulher, abrace ela porque um dia ela pode ser a sua chefe”.


Muito emocionado o escritor despediu-se da platéia e disse: “Daqui a dois anos irei parar de fazer palestras pelo Brasil, para me dedicar somente a escrever e espero que minha última platéia seja tão boa quanto essa”. Max Gehringer fechou a palestra com chave de ouro e emocionou a todos que estavam presente.


     O EXPERIENCE DAY FANOR, realizado na última terça-feira, 28 de maio, na Fanor Dunas proporcionou aos seus alunos um dia especial com muitas atividades ligadas a empreendedorismo, musica, oficinas e estandes. O evento mais esperado do ano contou ainda com uma palestra que trouxe, ao Centro de Convivência da Fanor, o consultor e escritor Max Gehringer. A palestra teve entrada franca.
     Segundo os organizadores do evento, mais de 3.500 pessoas compareceram para ouvir o palestrante Max Gehringer. Esse número bateu recorde, superando todas as expectativas da instituição.

     O consultor abordou as experiências vividas em sua trajetória, além de falar sobre carreira e gestão empresarial. Ele começou falando com humor sobre a letra “H” contida em seu nome “Gehinger”.
     Max Gehringer contou também como foi o começo da sua carreira, o seu primeiro emprego de office-boy na antiga fábrica da Cica,. Em Jundiaí, e também como graduou-se em administração de empresas. Ele foi bastante sincero quando disse que só formou-se em administração por que era o único curso que havia em sua cidade, mas também foi muito humilde e bem humorado quando falou que, se pudesse voltar no tempo, ele faria novamente administração.
     O consultor encerrou a palestra dizendo que gostaria de compartilhar as suas experiências com pessoas de fibra e garra, como aquelas que naquela noite estavam presentes, silenciosas com olhos arregalados e direcionados pra ele. Sem mais conseguir falar, ele deu um boa noite e saiu emocionado encerrando aquele dia fantástico.

     O EXPERIENCE DAY é uma das formas de aproximar os alunos da faculdade, além de proporcionar mais uma opção de atividade cultural à cidade, gerando conhecimento e trocando ideias a partir da experiência de profissionais reconhecidos nacionalmente.

                                                                                                                               André Silvestre

terça-feira, 4 de junho de 2013

Cinquenta é cinco

  Ele estava em todos os jornais, nos sites de entretenimento e nas colunas sociais dias antes, em todos as notícias os títulos destacavam que um dos trinta maiores executivos do país estaria no Experiência Day da Fanor, às 20h do dia 28/05 para uma palestra única sobre mercado de trabalho e para contar um pouco da sua experiência. Max Gehringer, a estrelar mor do evento, já tinha deixado a sua marca antes mesmo de subir ao palco.

   Gehringer não é britânico, e talvez por isso tenha subido ao palco antes mesmo de ser anunciado, com um sorriso tímido de quem ainda está conhecendo o público da noite, mas isso fica para trás logo nas primeiras palavras do executivo que diverti a plateia com uma explicação sobre as sua ideias que segundos depois se transformam e sorrisos na voz agora segura e confortável do homem que não estava ali para vender nada, mas para ensinar de forma divertida e natural coisas básicas que todos já deveríamos saber, mas pela mal da atualidade, a presa, nós sequer prestamos atenção.

  Seus conselhos eram cheios de experiência, mas nenhum fora do comum “Você tem que estudar, principalmente, mas se tiver a oportunidade, comece a trabalhar cedo” disse em determinado momento da noite enquanto falava do quão é importante à experiência na hora de conseguir um estágio ou um trabalho é importante, e se essa experiência estiver aliada aos estudos, você com certeza estar no caminho devido.

   E quem não riu ao ouvir falar do desconhecido e rapidamente importante professor Vantuí, que com simples palavras fez com que todos se preocupassem em ser um dos cincos dos sessenta alunos que teriam um bom futuro. E que não sentiu o olho coçar quando ele se despediu dizendo que estava grato pela plateia tão viva.

A noite atingiu as expectativas geradas para ela, com sorriso, e mesmo que não tenha mostrado nenhuma novidade, todos que ali estavam precisavam escutar essas ideias básicas de como começar um carrega que esquecemos com facilidade.


 Carlos Anderson.

Experience Day 2013:Como não viver esta experiência

Aline Lins

Max Gehringe falando sobre suas experiências.

Iluminação enfeitando a fachada da Faculdade,estandes dos mais variados  cursos nos corredores, estudantes andando de um lado para o outro, fotografia por todos os lados e  muita música,este é  o sinal  que estar  no ar o Experience Day 2013.

A cada Experience, a Fanor ganha um novo brilho e muito glamour, não foi diferente deste ano, com a vinda do  Max Gehringer ,nesta última  terça-feira  dia 28 de maio.

Todos os alunos estavam vidrados, olhando para o palco a espera do grande encontro com o ídolo do dia, e no momento inesperado, quem sobe ao Palco?Ele mesmo, Max Gehringer.

Com uma aparência simples e um sorriso espontâneo no rosto, começa sua palestra de forma muita cômica, ao dizer para os alunos que ainda estavam em dúvida na  escolha  de  qual curso fazer.Ele dá a dica para fazer  administração,pois este é o curso para as pessoas que não sabem o que querem da vida,foi a parti deste comentário que começou uma das tantas gargalhadas dadas  pelo o público.

Quanto mais falava, mais os alunos se aglomeravam para prestar atenção e interagir com o palestrante. Gehringer conta um pouco sobre a sua história e  suas experiências que viveu quando trabalhava desde de officeboy até hoje como administrador de empresa,e ressalta que cada etapa de sua vida, foi um aprendizado para ele ser o profissional que é hoje.

Max  também bateu muito na tecla a respeito de viver experiências, seja ela qual for ou em qualquer situação já vivida. “As experiências que adquirimos, será útil em algum momento da nossa vida, pois não existem experiências perdidas, elas apenas ficam guardadas para serem usadas no tempo certo”, afirma Gehringer.

Por fim, o Administrador, dá várias dicas de como ser um profissional empreendedor. Também, aproveitando a oportunidade do encontro, ele falou que daqui a alguns anos vai parar aos poucos de dar palestras, devido seu estado físico, mas declarou  que o seu grande desejo é que sua última palestra seja ministrada para um público de jovens estudantes.

Max Gehringer finaliza com estas palavras, onde logo em seguida recebe os aplausos e a admiração de todos que estavam presentes, e não contendo a emoção, sai do palco com lágrimas no rosto.

SAIBA MAIS SOBRE O EVENTO:

http://panoramace.blogspot.com.br/2013/06/experiencia-de-gehringer-no-experience.html










segunda-feira, 3 de junho de 2013

Experience Day com Max Gehringer

Texto: Ana Hadassa

Max ministra a palestra para os convidados.


O dia da experiência que aconteceu na última terça, 28, no campos Dunas da Fanor, foi repleto de atividades para quem estava por lá durante o dia, e não faltou trabalho para os alunos que representavam seus cursos no estandes. Porém o momento mais aguardado foi a palestra ministrada logo mais a noite pelo Administrador Max Gehringer. No evento divulgado através do facebook mais de 3.000 pessoas confirmaram presença, um número consideravelmente grande, cheguei a questionar se caberiam tantas pessoas no local, mesmo assim fui conferir de perto o acontecimento.

Ao chegar na faculdade senti como se estivesse entrando em uma casa de shows, muitas luzes, música exageradamente alta, meninas com saltos de 15 cm e saias de 10 cm, catracas liberadas. Caminhando tentei visualizar conhecidos, e não demorou muito para me deparar com vários amigos, conversei, fui à biblioteca, lanchei e exatamente às 17h30min garanti meu lugar na plateia para assistir a palestra do Max, sentei após as tais cadeiras reservadas, que sinceramente são meio ridículas, pois nem todas são ocupadas, enfim ainda consegui guardar dois lugares ao meu lado.

Esperar não é o meu forte, mas eu já sabia que a palestra só teria inicio por volta das 20h00min, então fiquei lá acompanhando o movimento, pessoas não paravam de chegar e aos poucos o anfiteatro estava lotado. Como eu estava perto do palco pude observar vários transtornos causados pelas tais cadeiras reservadas, os alunos sentavam e logo tinham que sair de fininho e com a cara mais sem graça procurando outro lugar para ficar.

O toque de baquetas anunciou que a banda convidada para agitar a galera, que já estava com os ânimos lá em cima, começaria a tocar. E o repertório escolhido foi de muito bom gosto, Tim Maia, Raul Seixas, Raimundos, e não ficou só no nacional, até Bruno Mars entrou na playlist. Foi um verdadeiro frenesi, principalmente dos pré-universitários que lá estavam, todo mundo sabia de có todas as letras. Depois de rasgar a garganta cantando e suar um pouco com os pulos a banda deixou a plateia fervendo para receber o palestrante.

Os apresentadores da noite como de costume eram um casal, o já conhecido “eterno” aluno de jornalismo da Fanor Amenohtep e uma aluna da engenharia, que não recordo o nome agora, mas que na minha opinião não se encaixou na proposta. Eis que uma pequena revolta ocorreu dentro de mim, por qual motivo, razão ou circunstância a apresentadora não era aluna de comunicação da Fanor? Com tantos estudantes que se preparam para ser futuros comunicadores, com uma TV em pleno vapor, a pessoa escolhida é da engenharia? Enfim considerei uma escolha infeliz.

Então com uma salva de palmas o convidado do E-day sobe ao palco, Max Gehringer á primeira vista parece ser sério, mas bastam algumas palavras para a plateia se abrir em gargalhadas. Como administrador Max focou em falar da profissão, mas também contou histórias pessoais, fez piada, deu dicas sobre entrevista de emprego e não escondeu ser péssimo com números, o que é um pouco contraditório, porém deixou claro amar o que faz. O homem pacato que não gosta muito da cidade grande, conseguiu ,creio eu, agradar o público e revelou que em sua última palestra gostaria de ver e compartilhar suas experiências com pessoas assim, como aquelas que olhavam para ele. Max foi ovacionado pela plateia que ao ficar em pé deixou o palestrante em lágrimas, e sem conseguir mais falar encerrou a noite do Experience Day.


Experiência de Gehringer no Experience Day



  Heliana Querino

 A Faculdades Nordeste (Fanor) realiza todo ano o Experience Day (EDay), evento que a cada edição conta com um(a) convidado especial. O palestrante da vez, foi o consultor de carreiras, Max Gehringer. Aconteceu na ultima terça 28 de maio e começou por volta das 20hs.

Logo de início, Gehringer surpreendeu os apresentadores ao entrar antes de ser anunciado. E, de um jeito descontraído, começou a apresentação como se contasse uma história numa roda de amigos. Tratou de várias questões ao longo da palestra relatando toda sua experiência.

Falou da família, de suas raízes no interior paulista, do inicio como office-boy e seguiu comentando sobre a vida profissional. No meio de uma história e outra, Max deu dicas de carreira, comportamento, conselhos.  Na sequência dava um exemplo do que acabara de falar.

De forma bem humorada e aparentemente inocente, focou no curso de Administração e em possibilidades dos estudantes se tornarem empresários, patrões de si mesmo. Uma questão de lógica, Max, administrador e global, incentivador dos novos programas do governo. Quanto mais microempreendedores melhor.

As arquibancadas do anfiteatro já não comportavam mais ninguém e assim permaneceu durante todo o debate. Como era de se esperar de alguém com o Currículo como o do Max Gehringer, em diferentes momentos fez os ouvintes silenciosos e prestativos ou inúmeras vezes arrancou aplausos e gargalhadas.

O consultor permaneceu em pé durante toda a apresentação. Dispensou cadeiras e encantou a platéia com sua presença simples e ao mesmo tempo elegante. Conduziu o debate de forma competente e magistral. Atingiu seu objetivo.

Aplausos! Ao final da palestra, eu, que estava bem próxima ao palco, quase me sinto orgulhosa por estar presente em gratificante momento. Foram palavras preciosas para os futuros jovens e adultos profissionais, principalmente a galera que sonha com gravata e sapatos lustrosos. 

 Involuntariamente, às lágrimas de Gehringer me fizeram vir à mente o choro biologicamente fiel ao relógio, da atriz Fernanda Montenegro, ao final de seus espetáculos.

domingo, 2 de junho de 2013

Max Gehringer: Um administrador na noite da Comunicação

Hérika Vale

Max falou pra quem quis escutar, e foi bem aplaudido
Na noite da última terça-feira, 28, a Fanor-Faculdades Nordeste recebeu o Administrador Max Gehringer, como atração principal do evento que a faculdade promove todos os anos durante a Semana da Comunicação.

Antes mesmo do o início do evento que estava marcado para começar às 20hrs , o hall da Faculdade já estava começando a lotar , muitas pessoas entre estudantes de vários cursos da própria instituição e secundaristas de escolas locais chegavam aos montes demonstrando que lugares para ver a palestra iriam ser bem disputados.

Pontualmente às 20hrs após uma apresentação introdutória do jornalista Amenohtep Rodrigues e de uma estudante do curso de Engenharia, o convidado apareceu.

Um homem de aparência calma, e sorriso simpático foi aplaudido por uma plateia ávida por informação. Max versou sobre o mercado de trabalho e principalmente focando dois cursos que estavam sendo representados em peso, a Administração e Ciências Contábeis. Então se seguiram quase duas horas falando sobre plano de carreira com visão nesses dois cursos citados.

Gehringer é um bom palestrante, e o assunto realmente deve ter sido bem relevante para a maioria dos que estavam prestigiando a palestra, para os demais não demorou muito para perceber que muitas pessoas que lotavam o espaço reservado para o evento saíam.

MÁ ORGANIZAÇÃO

Aproximadamente mil pessoas lotaram o espaço reservado para a palestra, provavelmente todas aquelas pessoas não se cadastraram no site da faculdade como foi orientado, na realidade sem necessidade, pois tenho certeza de que nem mesmo a faculdade tem o número exato de participantes. Em poucos minutos após minha chegada a aglomeração de pessoas era insuportável, as pessoas responsáveis pela orientação dos participantes que estavam de pé, apesar de muitas cadeiras disponibilizadas, visivelmente não estavam dando conta de orientar as centenas que se acotovelavam em busca de um melhor lugar para a visualização do palestrante. Em certos momentos escutei várias pessoas se queixarem de desconforto e de terem sido mal tratados por pessoas que estavam lá para prestar o mínimo de informação aos visitantes.Cláudia Moreira,24, queixou-se de um rapaz que a pegou pelo braço e a direcionou para que ela saísse do meio da passagem, “o cara agarrou meu braço e me puxou com força, dei um cutucão nele e ele me soltou”, em seguida a estudante que é de outra instituição particular da cidade, saiu esbravejando e falando que iria falar com o “responsável por aquela bagunça”.Com certeza devem ter acontecido vários desconfortos como esse que não chegaram à conhecimento da organização do evento.

A Fanor tem sua parcela de culpa, a possibilidade de treinar uma equipe melhor e em maior número pode ser considerada para o próximo evento, bem como uma escolha mais adequada do palestrante, se é “Semana da Comunicação” nada mais adequado do que um verdadeiro comunicador.

Ao final do evento o administrador foi cordial com a plateia e elogiou a turma que ainda estava ali prestando atenção as suas dicas, ainda saiu com lágrimas nos olhos .Afinal de contas os alunos que se beneficiaram com suas dicas tiveram razão de aplaudir o palestrante de pé.

sexta-feira, 31 de maio de 2013


No dia da experiência



Daniel Silva


Naquela noite de terça-feira, 28, cheguei à Faculdade no horário que usualmente costumava chegar: 18h25min. Entretanto, aquele turno estaria longe de ser visto como habitual. A tomar pelo jogo de luzes que recobriam o prédio da instituição, a impressão inicial era a de que um grande evento metamorfoseava a casual atmosfera acadêmica. De fato, não era impressão. Era o dia da experiência na Faculdades Nordeste (Fanor).

E como bem nos explica a lógica do complexo de vira-latas, da proposta de um dia de experiências na faculdade temos o evento intitulado Experience Day. Em suma, trata-se de um projeto trabalhado pela empresa há mais de oito anos. Na ocasião, tanto alunos quanto o público em geral podem participar de programação que engloba atividades lúdicas, palestras, workshops e apresentações artísticas. 

É quando falamos de arte que desaguamos na minha experiência particular com o Experience Day. Antes, vale o registro cronológico de que ainda eram antes das 19 horas quando à faculdade eu já me encontrava. O fluxo intenso de pessoas entre secundaristas, pós-egressos e veteranos, todavia, não deixava dúvidas: o evento estava sendo exitoso. Ao menos assim parecia aos espectadores que faziam platéia à banda que cumpria o preâmbulo à palestra que Max Gehringer daria horas depois.

Mas não havia ido à Praia do Futuro em função do que o renomado consultor tinha a dividir àquela noite. Muito menos para ouvir o repertório couvert dos colegas que seguiram no palco até às 20 horas. Pelo menos essa foi a última vez que consultei o relógio antes de sair dos domínios da instituição. Eu tinha ido à faculdade para cumprir meu dever enquanto graduando. Foi quando às 19h10min encontrei, à sala 211, apenas eu comigo mesmo. Ninguém havia chegado ainda.

E nem chegaria. Sentado do lado de fora, fiquei até às 19h31. Mais uma conferida no relógio e cheguei à conclusão de que, naquela noite, não haveria aula. Mas por que as salas ao lado pareciam tão lotadas? E por que, de fato, havia tanta gente nas demais salas? Questionei-me antes de deixar em definitivo os domínios da instituição. E à medida que ia me afastando do prédio, após pouco mais de uma hora perambulando pelos corredores, o repertório da banda, que àquela noite arranhou do Balão Mágico ao Franz Ferdinand, foi se tornando, enfim, distante.

A Caminho do terminal de ônibus, o dia da experiência, pra mim, talvez não tivera a mesma conotação para quem conseguiu ficar até o final do evento. No dia seguinte, a história que ouvi foi a de que Gehringer chegou a chorar durante a palestra. Isso deve ter sido forte, confesso.

Fazendo o caminho inverso, terminei aquela noite entre as estantes de livros e DVDs da Livraria Cultura. As horas, ali sim, pareceram ter passado rápidas. E no retorno para casa, trazia eu em minha sacola “Uma mulher é uma mulher”, meu 16° filme dentro da videoteca que intento montar. Isso me leva à conclusão de que o dia da experiência, pra mim, encerrou-se com uma veia bem intimista. Tão banal e marcante como numa sequência de um Godard.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Gigante pela própria natureza




Sediado no Centro de Fortaleza, o Mercado São Sebastião é um equipamento público municipal administrado pelo Sindicato do Comércio Varejista de Frutas e Verduras de Fortaleza (Sincofrutas), reformado e inaugurado no final de 1997 durante a gestão do prefeito Juraci Magalhães. O estabelecimento funciona onde anteriormente funcionava o antigo Mercado de Ferro, inaugurado na segunda metade do século XVII, em 1897.


Mercado São Sebastião. Foto: Jonas Guedes.

Inicialmente, o mercado era dedicado principalmente ao comércio de frutas, verduras e carnes. Hoje, o estabelecimento, que fica alojado em toda a extensão da Praça Paulo Pessoa, conta com 449 boxes que comercializam artesanato, plásticos, raízes, descartáveis, materiais elétricos, ferragens, materiais hidráulicos e de construção. Possui também uma rede de lanchonetes que circundam todo o térreo e parte do 2º piso, além de farmácias, uma agência lotérica e estacionamento. Todos distribuídos em uma área de 22.538 m² dividido em subsolo, térreo e 2º piso.


Banca de frutas e legumes. Foto: Daniel Araújo.


Roupas também fazem parte do comércio do mercado.
Foto: Daniel Araújo.

Essencialmente miscelânico, o Mercado São Sebastião oferece uma enorme diversidade produtos e serviços, além de uma paleta diversa de pessoas, sejam essas comerciantes, transeuntes ou fregueses,  que ao longo dos anos vêm construindo a história deste imponente prédio.

Algumas dessas figuras se encontram há mais tempo no local, outras iniciaram as atividades a menos tempo – há meses em alguns casos. São variadas gerações que encontram nesse comércio uma forma de garantir alguma receita ou afirmar sua vocação de comercializar.

Essa predisposição aos serviços trouxe Diomésio Santos, 76 anos, para dentro do mercado. Veterano, ele conta que trabalha no ramo de frutas e verduras desde o final da década de 1950. Durante esse período, passou um tempo trabalhando no comércio da cidade de Camocim e resolveu voltar à capital em 1962 onde iniciara os trabalhos no antigo Mercado São Sebastião, conhecido pelos comerciantes como “Mercado Velho”.

Rememorando o tempo passado, Diomédio explica que o São Sebastião foi o primeiro mercado a comercializar legumes e frutas em larga escala. “Quando comecei a trabalhar aqui só havia o São Sebastião e o Mercado São José. Não havia grandes mercantis”, atesta.

Mesmo com o crescimento populacional e a consequente expansão das redes de supermercados na cidade, o comerciante acredita que o mercado ainda sobreviva por muito tempo devido a sua tradição. “O São Sebastião era e ainda é conhecido por boa parte da população. Nossos clientes são cativos e variam entre pessoas comuns ou até mesmo autoridades. “Aos domingos até o Roberto Cláudio frequenta o lugar. Por duas vezes o vi comendo panelada bem ali”, relata, apontando para o quiosque de comidas regionais.


Outras vozes

Há poucos metros das frutas e orgânicos de Diomésio Santos, há um pequeno corredor tomado por peças feitas de gesso e argila. Os utensílios são comercializados por Maria de Lourdes, 54 anos. Dona Leninha, como é conhecida no São Sebastião, trabalha com artesanato desde os 14 anos. Ela afirma que procura precificar os produtos de acordo com as suas especificidades. “Aqui o cliente pode encontrar jarros de R$ 0,80 a R$ 40,00”, exemplifica. Segundo ela, os cearenses ainda são o público que mais frequenta a “Casa do Artesanato” e adquire as peças vindas diretamente de Ipu, Cascavel e Aracati.


Gessos e Argilas comercializados por Maria de Lourdes. Foto: Daniel Araújo.


Gessos e Argilas comercializados por Maria de Lourdes. Foto: Daniel Araújo.


Produtos Naturais do box "Arara Azul".  Foto: Daniel Araújo.
Subindo ao 2º piso, em uma estrutura que conta ainda com subsolo e térreo, o letreiro acima da porta de acesso ao bloco C aponta: “Arara Azul-Produtos Naturais e Regionais”. No box de pouco mais de dois metros de largura e quatro metros de extensão é possível encontrar vários tipos de produtos naturais entre gêneros alimentícios e ervas medicinais.

Atuando como atendente na loja a pouco mais de quatro meses. Kelly Nobre, 32 anos, conta que o segmento alimentício é o mais  procurado pelos visitantes do mercado. “E pelo menos 50% deles são cearenses”, ressalta. Entretanto, a jovem não deixa de reconhecer que as condições do trabalho desenvolvido, não só pela Arara Azul, mas como dos demais comerciários, poderiam ser potencializadas caso a estrutura do prédio passasse por uma reforma.

A observação de Kelly não é caso isolado. A necessidade de melhorias fica evidente quando falamos de pontos essenciais. Em umas das escadas que dá acesso ao 2º piso do prédio notamos que a ferrugem já corrói boa parte da estrutura. Degraus e a base encontram-se seriamente comprometidos. “É preciso melhorar muito. Os banheiros, por exemplo, não são muito bons”, reforça a vendedora.

Mas se o mercado ainda possui desafios a superar, o espírito de cooperativismo entre os comerciários se sobrepõe como traço diferencial do equipamento. “As pessoas aqui são muito legais, desde o presidente até zelador”, pontua, entre um atendimento e outro que realizava àquela tarde.

Cumplicidade

Esse sentimento de cumplicidade é o mesmo que rege os negócios de Cosmo Praciano Paiva. Ele afirma que sua relação com o comércio, iniciada em 1963 só prospera devido à clientela. “Devo tudo a meus clientes porque são pessoas boas e agradeço a Deus por isso”, afirma fitando o cigarro em um tom de confidencia. Localizado no bloco C do 2º piso, o box do veterano comerciante traz à ala o toque regional com uma variedade de utensílios, ervas e produtos alimentícios.

E entre as esperanças e perspectivas dessas pessoas que personificam o mercado oficializando sua história na medida em que reafirmam as suas próprias estão o desejo de que anova gestão que se inicia apresente novas propostas de revitalização para o “velho gigante”. “O mercado precisa de uma reforma já que refazê-lo não seria possível. E toda obra tem de ser reparada senão cai, viu?!, alerta Praciano.


Segurança

A segurança do mercado fica por responsabilidade do Sincofrutas. Um segurança monitora a área durante todo o dia, garantindo maior tranquilidade aos trabalhadores. A noite, o monitoramento é ampliado, uns número maior de seguranças resguardam o patrimônio. Otto Bezerra, 22 anos, trabalha como segurança diurno do local há 4 meses. Otto conta que as ocorrências normalmente não são graves e nem com frequência. Além disso, a Guarda Municipal e o Ronda do Quarteirão estão sempre apostos para qualquer auxilio.


Altar de São Sebastião

Devota de São Sebastião, Dona Elita, que trabalha há 13 anos como supervisora dos serviços gerais do mercado, se reuniu com os comerciantes e juntos tiveram a idéia de construírem um altar em homenagear ao santo que dá nome ao estabelecimento. Fiéis, sejam eles comerciantes ou clientes, depois de suas orações e preces depositam moedas em um cofrinho ao lado do santo, visando à arrecadação de dinheiro para a Festa do Santo, realizada no local anualmente, no dia 20 de janeiro, dia de São Sebastião.


Dona Elita posa em frente ao Santuário de São Sebastião.
Foto: Jonas Guedes.

O Mercado São Sebastião é um lugar onde as estórias de cada comerciante, cliente e visitante se entrecruzam em meio a uma proposta de oferta simbiótica dos serviços. A sua estrutura opulenta que se estende por volta de toda a Praça Paula Pessoa possui, de fato, a dimensão da proposta do equipamento.

Seja durante as manhãs ou tardes de nossa cidade, o velho Sebastião oferece soluções a quem busca fazer sua feira; uma aposta na lotérica ou comprar materiais de construção e todo e qualquer tipo de ervas medicinais, castanhas, mel, rapaduras e demais utensílios que possamos imaginar.  Mas aos que desejarem ir além do imaginário, mais vale a experiência de entrarmos nas entranhas desse “gigante”. Ele é nosso, e dele devemos nos apoderar.

Serviço

Mercado São Sebastião
Rua Clarindo de Queiroz, 1745- Otávio Bonfim
Telefone: (85) 3468. 1600


Por: Samily Sousa, Samara Veras, Kislianny, Jonas Guedes e Daniel Silva.

Os sentidos do Mercado


Foto - Carlos Silvestre

       As faces do Sebastião
       Edilane Pereira    


    Localizado no Centro de Fortaleza, entre duas das avenidas mais movimentadas da cidade, está ele, o gigante Mercado São Sebastião. Frutas, legumes, artigos religiosos, isso é só um pouco do que oferece o mercado, o local é um ponto de referência histórica e cultural da cidade, e traz consigo  a participação no desenvolvimento de Fortaleza.



Fotos: André Silvestre
Por volta de 1960, o São Sebastião situava-se na Avenida Duque de Caxias. Posteriormente, em 1997, o Mercado foi transferido para a atual localização, na Rua General Clarindo de Queiroz, 1745 próximo, à Avenida Bezerra de Menezes.



O mercado do cotidiano

 A correria do dia a dia, e a constante presença de tecnologia na vida das pessoas, parecem se perder no meio do barulho da multidão que enche o mercado. 

Lá dentro, facilmente esquecemos as horas. A variedade dos produtos e a simpatia dos vendedores somada à imensidão de cores, sabores, aromas e texturas do mercado encantam e aguçam a percepção dos sentidos.



Foto - André Silvestre
Atualmente, o mercado funciona de segunda a sábado, de  5h às 17h, e domingo, de 5h às 12h,mas a organização e a chegada dos comerciantes começa ainda com o céu escuro ,por volta das duas horas da madrugada. 
  São caminhões chegando cheios de frutas, pessoas separando a mercadoria e guardando tudo nas bancas, mas o movimento não é só dos carregadores não, nesse horário também chegam os compradores, é o caso de Manoel Duarte, 52, comerciante. Segundo ele, “Nesse horário as frutas e verduras são as melhores por que estão fresquinhas, assim como os pescados”.

Foto - mercadosaosebastiao.com



Quem anda pelo mercado

O Mercado é dividido em setores e galpões. Neles se encontram frutas, legumes, comidas regionais, ervas medicinais, peixes, carnes, artesanatos, utensílios domésticos, artigos para festas de aniversário entre muitas outras coisas.
Segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Frutas e Verduras de Fortaleza o (Sincofrutas), que desde 97, administra o mercado, passam por lá em média 6 mil pessoas em dias de maior movimento.
Entre esses visitantes está o público mais variado possível, são comerciantes em busca de produtos mais baratos, donas de casa fazendo a “feira”, turistas e pessoas que vem com a família para simplesmente passear pelos corredores coloridos e abastecidos do Sebastião.


Primeiras  impressões

Para a estudante de enfermagem Lêda Barroso, 32, que estava vindo pela primeira vez ao mercado, o espaço pareceu muito “aconchegante e tranquilo”. 

Foto - André Silvestre

A jovem, que estava acompanhada do marido Rafael Barroso, e do filho de cinco anos conta que nunca tinha vindo ao mercado, mesmo sendo cearense e passando por ele todos os dias no caminho para o trabalho. “O corre-corre do cotidiano nunca tinha me deixado vir, mas hoje eu vim conhecer e apresentar para o meu filho, é muito importante mostrar as crianças a riqueza cultural que a cidade tem e eu acho que o São Sebastião ilustra bem isso de ser cearense.” O marido de Lêda que já trabalhou próximo ao mercado lamentou apenas a falta de conservação no entorno do espaço. “Infelizmente, assim que chegamos vimos uma praça mal cuidada, e muitos menores usando drogas ao redor do local, fora isso esse mercado tem um visual maravilhoso.” Afirma.


Mulher macho? Não Senhor !

Entre os gritos masculinos e toda a rudeza do trato com as carnes, as mãos delicadas vão com muita velocidade e destreza desfazendo a panelada em pedaços. Muito calada, e instrospecta Joana, 28, formada em administração, vai aos poucos contando os motivos que a levaram ao Sebastião.


Fotos - André Silvestre
Meu pai sofreu um acidente, e há três anos tive que vir assumir o lugar dele aqui.” Conta. Ela para a entrevista para dar orientações ao funcionário e volta a responder os questionamentos em poucos instantes, sem nem ao menos perder a linha de raciocínio anterior.
“Você sabe que eu sou tenho nível superior né? Mas não penso em sair daqui não, vou dar continuidade ao trabalho do meu pai, que há mais de vinte anos está aqui, e vou passar para os meus filhos.” Afirma ela com orgulho.
Joana é uma das poucas mulheres que enfrentam a rotina do 1° piso do São Sebastião, o piso das carnes e peixes, dominado quase que exclusivamente por homens. Ela mescla a simplicidade do contato manual com a carne com a teoria aprendida nos bancos da academia.
“Eu amo as duas coisas, mas tendo que escolher fico aqui e levo o trabalho da minha família para frente.” Explica.


O som que toca no mercado 

  Olhar o mercado do segundo piso é ver muito. É ver além dos prédios ao redor, e dos pombos que permeiam a vista do céu do Sebastião. Olhando para baixo, vemos o movimento de pessoas indo e vindo, ouvimos os gritos dos mercadores em busca de clientes e a devoção de quem para e só por um instante eleva uma prece ao santo que dá nome ao local.

Foto - André Silvestre

Foto - André Silvestre

 







E no meio de tanta gente barulhenta o mercado vai se enchendo aos poucos do som no mínimo “clássico” do peruano Juan. Ele comercializa música de raiz, jovem e velha guarda, e vai embalando o ritmo lento e apreciativo dos que oram, e o fugaz tempo que corre para os que carregam mercadoria, e andam pelo gigante do Centro de Fortaleza. 

Foto - André Silvestre

Quase sem dificuldades  com o “portunhol”, ele fala que vende só música de qualidade, e que agrade a todo mundo que passeia por ali.



Vendo o Mercado sem realmente enxergar

André Silvestre
Foto - André Silvestre



 Seu Mário é pedinte do Mercado São Sebastião há mais de 20 anos. Desde a inauguração do modelo atual em 1997. Ele fica na praça sentado em frente a um ponto comercial, bem em baixo da passarela principal do mercado. Seu Mário conta que às vezes a sua esposa vai deixá-lo, mas também há situações em que ele precisa ir sozinho.


Foto - André Silvestre
O pedinte nos conta que, apesar da deficiência visual, não é difícil chegar ao mercado. Ele sente a quase centenária praça comercial do fortalezense, apenas pela calçada, através do meio-fio. “Vocês vê com os olhos e nós vê com a mente. Quando eu chego aqui no mercado, eu vou logo tocando no meio fio, sentindo o movimento, muitas pessoas falando, o barulho do mercado, num sabe? Relata.
Seu Mário diz que a maior dificuldade dele é a sinalização específica para cegos, que no mercado São Sebastião não existe. Um dos maiores desafios para o deficiente visual é a falta do piso tátil. Apesar de muito tempo andando pelo mercado, não é fácil enfrentar as irregularidades.
Mas mesmo com essas dificuldades, o idoso  diz estar num momento feliz. Ele já não consegue mais viver sem os desejos de bom dia das pessoas que transitam no mercado. O movimento, o toque na calçada da praça, as paredes do ponto em que ele fica sentado esperando a ajuda a qual agradece dizendo repetidamente: “Deus lhe abençoe, Deus lhe dê muita saúde”.
Seu Mário não enxerga, mas percebe e sente o que muita gente, que tem uma vista clara, não consegue. Uma delas é se aprofundar no que o mercado proporciona através apenas do toque.



Um olhar e mil histórias

Hadassa Cavalcante

Foto - André Silvestre



“No início, nada disso aqui existia. Esse lugar era uma praça chamada Paulo Pessoa e tinha um mercado, o mercado velho, que ficava ali onde agora é o estacionamento. O mercado São Sebastião como ele é hoje, tem uns 16 anos, mas já faz 44 que trabalho aqui, desde os tempos do mercado Paulo Pessoa.” Relata seu Toim.

O comerciante de 52 anos, chegou ao Mercado aos nove anos. Sua banca  de ervas medicinais é herança do pai, um farmacêutico vindo de Crateús. O comerciante aprendeu o ofício de “médico do povo” muito cedo, mas antes “pastorava” os carros da rua e com isso ganhava uns trocados.

“Um dia meu pai descobriu o que eu fazia na rua e me deixou de castigo num cantinho, disse que não era pra eu trabalhar. Foi um amigo dele que gostava muito de mim que pediu pra ele me liberar, ele me soltou e disse: Quer trabalhar? Ande na linha que você chega lá. E até hoje estou aqui.” Relembra o idoso.

É em meio a ervas medicinais, caixas, frascos e receitas que seu Toim ganha a vida, ensinando não somente dietas para curar o corpo, mas também as doenças da alma. Tristeza, raiva, alegria, solidão, tudo isso tem remédio, segundo ele, que apesar de não ter formação, nem diploma em medicina, sabe como ninguém as causas das doenças e o tratamento natural para elas. Ele mesmo prepara as misturas que vende e conhece exatamente cada uma delas, por exemplo, a FREBI, uma mistura para fígado, rins, estômago e bom intestino que custa por volta de R$ 10  e que tem muita saída. “Tenho clientes muito antigos, do tempo de papai, alguns até já morreram. Os outros que estão por aqui são clientes fiéis.” Afirma ele.

Os filhos de seu Toim não quiseram seguir a carreira do pai, trilharam outros caminhos, o que faz o orgulho do comerciante que confessa não ter obrigado nenhum deles a seguir seu ofício. “Eles são felizes no que fazem, e isso é o que importa”. Seu Toim é um dos muitos exemplos de guerreiros e guerreiras que ultrapassam as dificuldades e não esperam o sol nascer para batalhar pelo pão de cada dia. Entrar no mercado São Sebastião é adentrar em um mundo de histórias de vida, um mundo de lutas e conquistas diárias. Quem anda por seus corredores é abordado pela simpatia dos comerciantes, que atentos, não deixam a freguesia passar despercebida, sendo quase impossível sair de lá com as mãos e a mente vazias.



De muitas cores se faz um Mercado

Heliana Querino

Foto - Heliana Querino

Foto - André Silvestre


Os sabores e aromas ganham destaque num dos maiores mercados de Fortaleza, o Mercado São Sebastião. Não chega a ser como o gigante mercado Ver o Peso, maior mercado ao ar livre da América Latina, localizado no Pará. Porém, suas bancadas coloridas ganham destaque a cada metro quadrado percorrido pelos seus passantes.

Extensas galerias multicoloridas e pessoas dando voltas como formigas de roça.
 Escadas, paredes e chão. Algumas pessoas escolhem subir para o segundo piso, enquanto outras adentram ainda mais às entranhas do encantado.

Olham-se e olham tudo. Desembocam no subterrâneo onde existem inúmeras bancadas enfeitadas com formas de todas as cores – desde o vermelho doce da arredondada melancia até o amarelo ouro da banana, cores embaladas ao som de passos e pássaros, vozes, do tipo grito e cochicho, quase uma procissão.

O segundo piso destaca-se pelo verde-ervas o marrom-seca do nordeste, todo “amostrado” que nem cearense e o mel de abelha, tudo misturado, meio baião de dois ou três, em cores, cheiros e sabores.

É possível também encontrar figuras simples e dotadas de grande sabedoria popular. Seu Toim, 52, é umas dessas pessoas. Parece que nasceu ali. Passa o dia atendendo sua fiel clientela e diz: “É assim desde meus tempos de menino”.

O Seu Toim de início um pouco tímido, aos poucos se mostra como verdadeiramente é. Doutor em nada e em tudo ao mesmo tempo. Seu Toim sabe de tudo e entende e explica:
Vocês querem saber a historia do Mercado? – “Aquela dona. ali sabe, mas tem preguiça de falar. Ela é tão antiga quanto eu”. O comerciante, já do lado de dentro do quiosque, nos mostra todos os tipos de ervas e garrafadas, que segundo ele, curam desde o corpo até a alma.

Depois de falar detalhadamente sobre cada uma de suas “mágicas” garrafas, nos faz entrar no pequeno espaço e olhar de perto cada uma daquelas exóticas raízes.




Olhar do repórter

Quando acabamos nossa visita era notório o ar de satisfação, e foi assim, nesse clima, que deixamos o “novo-velho” Mercado.
Milhões de histórias fazem barulhos, se misturam e se complementam. Ganhamos a confiança de outros personagens. Assim que eles descobriram que nossos motivos não eram uma simples curiosidade, estórias e histórias foram surgindo como a de seu Toim, seu Francisco e seu Abacate – semelhantes e diferentes, todas sedentas de ouvidos para serem contadas - Quem visitar o Mercado São Sebastião, pode conhecer um pouco mais desse ponto turístico e tirar suas próprias impressões.

 Seu Toim "o médico do mercado" -Foto - André Silvestre

Seu Toim transmite sabedoria -Foto - André Silvestre

                                        Foto - Heliana Querino



Transitando pelo Mercado São Sebastião

 


Galeria de fotos







Pauta: Mercado São Sebastião 
Reportagens: André Silvestre , Ana Hadassa, Edilane Pereira, Heliana Querino. Edição: Katiane Mendes. Fotografia e Vídeo: André Silvestre, Heliana Querino.